Equalização do diferencial

E mais de um ano depois, a gente decide reviver o blog. Bom, eu. Não sei nem se as outras meninas têm cabeça pra pensar sobre isso (mas falei com a Riyuu e ela pretende voltar também. Vamos torcer!). Eu não ando tendo, mas depois de me matar (ou quase isso) de estudar, eu pensei “Por que não?” e resolvi dar as caras (eeeee!). E decidi falar sobre algo que realmente me incomoda muitomuitomuitomuitomuitomuitomuitomuito. Muito. (e por um instante a palavra me pareceu escrita de uma forma muito errada, mas acho que é só porque faz tempo que eu não a uso. Será?)

Enfim, o tema de hoje.

Generalização.

É um negócio que me incomoda pra caraca. Estava pensando nisso quando passou o jornal e eu ouvi um “os corinthianos”. Ta, eu sei, geralmente quando falam de torcida causando são eles. Mas não significa que todos façam as besteiras, passam dos limites, são uns animais ou o que quer que você diga sobre eles. Mas tudo é “os corinthianos”, como se eles fossem uma massa única, com um único cérebro (acredite, não são). E fizessem tudo junto, tudo igual. Não que eu goste de corinthianos de uma forma geral. Gosto de pessoas. E, porque assim se quis, elas torcem pelo Corinthians.  Acontece. Isso não as torna menos gente em nenhum aspecto.

E não é só no futebol que isso acontece.

Quem nunca ouviu um “as mulheres”, “as crianças”/”os menores”, “os gays”, “os negros”, “os ricos”, “os pobres”, “os políticos” (eu sei, eu sei, a gente só vê corrupto por aí. Mas, acredite, no meio, existe algum político de verdade, bom, que faria a diferença), etc etc etc, seguido de alguma caracterização qualquer? Ou então “porque ______ é tudo igual”, “tinha que ser mulher” e coisas do gênero.

Tudo bem as pessoas quererem se expressar. Afinal, cada um pensa o que quer. E geralmente elas falam com pessoas que entendem o que se quer dizer. Mas, não raro, a generalização vem acompanhada de algo realmente problemático.

Preconceito.

Ora, quem não sabe que, em geral, os brancos, os magros, os homens se dão melhor em uma entrevista de emprego? Ou mesmo já dentro da empresa, numa promoção? Esses dias li algo que me deixou MUITO P***, mas muito MESMO.  Falava (a autora escutou em um emprego que teve e resolveu compartilhar com os leitores. O tema do texto dela era completamente diferente, mas a frase cabe aqui também) “mulheres não trabalham tão bem porque são muito emocionais e têm TPM”.

Sim, temos TPM. Sempre? Não. Isso afeta nossas vidas? Sim. Muito? Depende. Somos seres incapazes ou inferiores por causa disso? Nunca. Aliás, os homens deveriam agradecer por cada período desses, pois, provavelmente, é quando mais precisamos deles. Eu, pelo menos, fico muito mais carente e precisando muito mais de colo e carinho nessa época. Tudo bem, eu também fico chata. Mas é porque está uma verdadeira festa hormonal dentro do meu corpo. A maior parte das mulheres fica completamente diferente (ou quase isso) uma vez por mês. As pessoas que não entendem precisam se esforçar para entender.

Mas antes que eu comece a mudar muito de assunto, voltemos a falar sobre generalizações. Eu não acho que generalizar seja sempre errado. Às vezes, só conseguimos nos expressar direito com uma generalização. Acontece. Só acho que as pessoas, de uma forma geral, precisam tomar cuidado ao generalizarem as coisas. Especialmente quando a base é um exemplo ruim.

Por exemplo, lá fora, no exterior, dependendo do que a pessoa faça da vida, ao ter que trabalhar com um brasileiro, é preciso fazer um curso pra saber como lidar. Porque brasileiro sempre se atrasa, então os caras precisam aprender a lidar com atrasos de 30 minutos, se for o caso. Isso não significa que todo brasileiro se atrase. Alguns (eu, por exemplo) não suportam muito atraso. Quem me conhece sabe. Se eu não estou no ponto de encontro com quase meia hora de antecedência, alguma coisa está errada.

Ou então as pessoas que não têm mais o que fazer (até devem ter, na verdade) e ficam dando golpe nos outros. Recentemente vi duas matérias tratando sobre isso. E digo “duas matérias” no sentido de serem matérias sobre assuntos diferentes. O sujeito? Brasileiros.

E-bay tendo problemas com brasileiros que dão golpes nos vendedores.

Jogos online sendo palco para golpes de brasileiros.

Então, lá fora, além de nos verem como as pessoas que andam quase peladas e comendo banana por aí, ainda seremos “os golpistas, ladrões” em qualquer coisa que decidamos fazer. Sério isso? E as pessoas trabalhadoras e honestas, como ficam? Aqueles que precisam, por lazer ou necessidade, fazer compras online por que o que querem só existe no exterior? Ou aqueles que jogam apenas para se divertir ou fazer amigos, serão rechaçados só por que alguns desocupados preferem acabar com a diversão real do jogo?

Acho que eu só precisava desabafar mesmo. Sei lá, ultimamente ando meio indignada com a vida. Em vários aspectos. Um deles é o preconceito que surge, junto do desprezo, com algumas generalizações. E muitas vezes nem percebemos ou, se percebemos, deixamos passar. Já é algo tão comum e tão erroneamente banal no nosso dia-a-dia que passa batido. É isso.

Kissu,

Kuma.

Sobre Rikuki

Três garotas bloggando pra passar o tempo =)
Esse post foi publicado em Kuma e marcado , , , . Guardar link permanente.

Deixe um comentário