Contracepção masculina

Nota de cabeçalho: esse texto foi originalmente publicado no Facebook e adaptado para o blog. Baseado na matéria da Super Interessante (“Anticoncepcional masculino pode ser lançado em 2018“) sobre o assunto. Não, eu não procurei outras fontes, mas deveria. O foco aqui não é a matéria em si, mas alguns pontos específicos. Então vamos ao que interessa.

Lendo os comentários (na postagem original no Facebook), apareceram perguntas/frases que faço questão de comentar (mas tenho fé que as pessoas já sabem ou pelo menos imaginam que seja assim)

1. Os espermatozoides continuam sendo normalmente produzidos, o gel não afeta isso. Comparar com o anticoncepcional feminino é idiota pelo simples motivo que eles funcionam de formas diferentes. Seria melhor comparar com a camisinha (ainda, uma comparação infeliz, mas mais aceitável porque ambos funcionam como barreiras físicas)

2. Os espermatozoides barrados morrem em questão de dias (2 dias, se bem me lembro), mas eles não ficam lá pra sempre. O corpo absorve as células mortas e reaproveita o que der. O que não der é eliminado como qualquer outra coisa que seu corpo joga fora. Então relaxa que não vai “entupir” nada.

3.
É uma injeção, mas não significa que vai doer. Alguns fatores influenciam nisso. Um deles é o tamanho da agulha. Quanto mais fina, menos dor (consideremos aqui que a agulha vai ser sempre nova, porque senão é puramente idiota). Os caras não vão inventar de por um negócio de alto calibre pra dar uma injeção no pênis, porque senão ninguém vai querer. Eles vão (espera-se, pelo menos) procurar o menor calibre possível. Outra coisa que influencia é onde a injeção é aplicada. Se ela tiver de “competir por espaço” (como diz a física, dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço), pode doer. Como é aplicada no canal, ele vai estar vazio (bom, pode ter ar, resto de sêmen, mas nada que não seja facilmente deslocado), então a injeção pode entrar facilmente e ocupar o lugar que precisar. Outro fator importante é a composição. Algumas injeções doem porque o conteúdo solidifica (no sentido de formar pedras, cristais) quando entra no organismo e isso pode acontecer por uma série de razões. Como forma um gel, diria que é seguro riscar isso da lista. Até porque não faria nenhuma porra de sentido meter um cristal no pau dos caras e esperar que as pessoas aceitem e fiquem felizes.

Além dessas considerações, vi gente falando sobre feministas que não gostaram da iniciativa porque seria “jogar na mão dos homens a decisão de ter ou não filhos” (ou algo assim). Se você pensa assim, eu sinto muito. O que eu acho é que as pessoas são livres pra escolherem e que é uma ótima iniciativa, porque faz com que a responsabilidade deixe de ser só da mulher. Além disso, se um casal quer ter filhos, a pessoa dona do útero hoje para de tomar o anticoncepcional pra poder engravidar. É algo que as pessoas decidem juntas (não estou considerando aqui casos de homem que abandona a mulher porque ela engravidou. Já chego nessa parte). Com essa contracepção nova nada muda. Os dois ainda conversam, ainda decidem juntos se querem ou não e aí é só interromper a contracepção. Sem pílula pra impedir a ovulação e com bicarbonato pra dissolver o gel. Fim do problema.

Sobre casos de gravidez indesejada em que a mulher é abandonada: seria ideal (e eu sei quão utópico é esperar que isso realmente seja assim) se o homem fizesse esse procedimento, com ou sem a influência da mulher. No entanto, tenho pra mim que gente que abandona a mulher por engravidar é gente babaca e muito provavelmente acha que a responsabilidade disso cabe só a ela. Então, claro, ele não vai “tomar injeção no pau, tá louca?!”.

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Sobre Rikuki

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